Coisas Doces

Nada melhor que um cartucho de coisas doces para adoçar a vida que, sendo adocicada, resvala por vezes para becos salgados, ácidos e até mesmo amargos.

terça-feira, dezembro 07, 2004

Coisas Doces de Natal

E porque é Natal decidi enfeitar o meu cantinho!
Enquanto procurava contos, poemas e outros textos natalícios para criar um placard de Natal lá no colégio, veio-me parar às mãos um texto de Baptista-Bastos que eu lera anos antes, ainda na escola secundária! Lembro-me bem dele porque, sem saber bem porquê me tocou o coração. Não é daqueles textos geniais e formalmente perfeitos, mas a história que conta simboliza muito bem aquilo que deveria ser o espírito natalício!
Espero que também gostem...

Mas houve um bom Natal na minha vida. Um bom Natal inesquecível. Um Bom Natal em que este metro e oitenta e quatro de português, que redige um português inútil, inútil português de metro e oitenta e quatro presumiu ser útil escrevendo num português inçado de erros, coxo, desmantelado - mas feliz. Foi assim: pelas onze e meia da noite de um 24 de Dezembro eu estava na redacção do jornal onde trabalhava. Veio um telegrama de Londres que dizia mais ou menos isto: "Um menino que está a morrer pediu à mãe morangos. Não há morangos em Inglaterra, por esta época do ano. A mãe foi à BBC e a BBC fez um apelo. Um avião em voo escutou-o. Transmitiram o apelo a todos os aviões do mundo. E alguns aviões do mundo atrasaram as suas partidas, transferiram de bojo para bojo um cesto de morngos que fora adquirido na Cidade do México. Os morangos chegaram a Londres." Não havia mais no telegrama; mas era uma grande história de Natal e de amor, numa suave noite de Natal, em que seria radioso relembrar às pessoas que, por vezes, as pessoas conseguem coisas formidáveis.
(BAPTISTA-BASTOS in Cidade Diária)
 
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