Coisas Doces

Nada melhor que um cartucho de coisas doces para adoçar a vida que, sendo adocicada, resvala por vezes para becos salgados, ácidos e até mesmo amargos.

terça-feira, setembro 11, 2007

Serviço Nacional de Saúde ou Uma Aventura no País da Miséria

Por muita água que se beba, fruta que se coma, desporto que se pratique e outras coisas igualmente saudáveis, de vez em quando os comuns mortais adoecem. Não é mais do que um aviso de entidades superiores a quererem chamar-nos a atenção para a nossa precaridade. Filosofias à parte, a verdade é que nem as autoras de blogues famosos ficam isentas dessas necessidades de médico, medicamentos e afins.

URGÊNCIAS NUM HOSPITAL DA LINHA DE SINTRA:
- serviço em obras; mais parecia um misto de sala de espera e estaleiro de obras com o barulho dos martelos e berbequins à mistura
- como era uma urgência de especialidade, o tempo de espera reduziu-se a uma hora
- médica estrangeira que por acaso até falava português (já não é mau)
- sala pequeníssima partilhada por 3 médicos que se revezavam no atendimento aos doentes
- aparelhos de observação antigos e praticamente amontoados uns sobre os outros
- os pacientes eram observados resguardados por uma cortina, enquanto o outro médico aproveitava para fazer a triagem de mais um doente do outro lado (se eu disser que se tratava de ginecologia, percebem a minha indignação?)
- o doente é que transporta as amostras para análise até ao laboratório, sem que ninguém explique onde fica o mesmo
- a descoordenação e a falta de entendimento entre serviços é bem visivel e o doente é que anda para cá e para lá até que alguém decida como se faz
- o diagnóstico foi nulo, excepto a ideia passada pela médica de que seria algo grave; teria que voltar no dia x para saber os resultados das análises (as tais que o próprio doente transportou de um lado para o outro)
[- uma ressalva à secretária das admissões e à enfermeira que fez as análises por terem sido as únicas pessoas simpáticas, capazes de sorrir]
URGÊNCIAS NUM HOSPITAL PARTICULAR ALI PARA OS LADOS DA EXPO:
- salas de espera confortáveis e elegantes (iluminadas, claras, limpas, sem ruídos desnecessários)
- enfermeiros e médicos simpáticos, eficientes que passam uma imagem de competência
- salas de observação espaçosas e privadas
- pede-se desculpa aos doentes, caso se interrompa a sua consulta (que ainda nem tinha começado)
- aparelhos de observação modernos e confortáveis
- diagnóstico confiante e decidido
- preocupação em amenizar o sofrimento do doente (afinal só quem sofre procura um serviço de urgência, certo?)
- auxiliares que acompanham o doente e explicam com confiança e decisão tudo o que se vai passar a seguir (o doente não tem de transportar nem um papelinho, excepto a receita, no final)
MORAL DA HISTÓRIA: é melhor ser um doente/cliente do que um simples doente.
UM CONSELHO: quando tiver mesmo que ficar doente, consulte o seu saldo bancário primeiro.

1 Comments:

  • At 7:29 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    ...a querida não sabe quanto eu gasto com o meu Bóbi cada vez que o levo ao sr dr veterinário ... e até o meu animalzinho sente a diferença de ser bem atendido!...

     

Enviar um comentário

<< Home

 
Counter
Counter