
Consegui! Cá está a primeira imagem deste doce cantinho.
Sei bem que uma praia (paradisíaca, ainda por cima) não é bem a minha onda, mas confesso que neste longo processo de arrumação mental e emocional em que me encontro (este processo deve ter algo a ver com os 30, não?), me apetecia imenso fugir para um sítio destes, na companhia de muitos e bons livros e ficar por lá até arrumar as ideias todas, mesmo as mais pequeninas. É que começo a ficar farta! Farta de esperar por uma colocação que tarda em chegar, farta de tentar encontrar almas gémeas em vão, farta de me deixar convencer de coisas que depois se revelam grandes mentiras. Estou tão farta que, de manhã, quando olho para o espelho, já não me vejo a mim. Vejo uma "fartura" arruivada, desiludida e entristecida como as fachadas das casas velhas.
5 Comments:
At 8:32 da tarde,
Anónimo said…
Será esta a verdadeira adolecência? O apocalipse das interrogações? E a serenidade da sabedoria, quando virá?
At 8:32 da tarde,
Anónimo said…
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
At 8:36 da tarde,
Anónimo said…
"Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam."
At 8:46 da tarde,
Kika said…
Talvez a adolescência seja "o apocalipse das interrogações", mas aos 30 parece-me bem que não é essa a causa das minhas interrogações.
Mais uma vez obrigada pelo poema. Era bom se realmente conseguissemos viver as coisas sem as pensar. Mas seria isso viver?
At 6:43 da tarde,
Anónimo said…
A causa das interrogações não será a vida?... talvez um pouco mais longa, mais complicada do que na adolescência, mas a vida ainda assim. Essa de todos os dias, marcada quotidianamente pelos vislumbres no espelho. Não aquela-que-há-de-vir-um-dia-depois-quando-tudo-for-perfeito-e-passar-a-fazer-sentido. É desta que se trata. Da casa um dia de fachada velha, outro cheia de luz, outro ainda sombria, e mais outro de alvura imaculada. Um dia a pulsão de morte, outro dia a pulsão de vida. É hoje, a vida, não amanhã. E não há arrumação mental para esta vida... Talvez para outra, quem sabe.
"Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto —
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
o dia, porque és ele."
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