Coisas Doces

Nada melhor que um cartucho de coisas doces para adoçar a vida que, sendo adocicada, resvala por vezes para becos salgados, ácidos e até mesmo amargos.

sexta-feira, setembro 08, 2006

As Intermitências da Morte

Gosto de ler Saramago, mas a minha relação com a obra do nosso Nobel é de humores inexplicáveis. Ora leio compulsivamente, quase sem respirar,até ao fim do livro, ora arrasto a leitura durante semanas, meses até, interrompendo, abandonando para recomeçar dias depois. Com o último romance do autor, experimentei as duas situações: um início inflamado de pressa ao qual se seguiram abandonos sucessivos, para recuperar uma urgência de acabar quase aflitiva. E valeu a pena... O final da obra deslumbra, encanta de tão surpreendente e simples que é.
A história gira em torno da morte, apresentando-a como algo banal, comum como qualquer um de nós, desmistificando-a, apesar de nunca lhe recusar poder. E é exactamente nesse poder, ou na falta dele que reside o enredo.
Trata-se de nos apresentar o maior dos nossos pavores como algo que, de tão normal, assusta. Quer queiramos, quer não, a morte assusta, mas está lá, é incontornável e, se calhar, a falta dela seria bem mais assustadora. Mas será que ela nunca irá faltar / falhar???...

A ler. Diria mesmo indispensável!
 
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