Coisas Doces

Nada melhor que um cartucho de coisas doces para adoçar a vida que, sendo adocicada, resvala por vezes para becos salgados, ácidos e até mesmo amargos.

domingo, março 21, 2010

Estado de Guerra

O filme vencedor dos dois "Carecas Dourados" mais importantes: Melhor Filme e Melhor Realizador pode ser reduzido a dois adjectivos: cru e desconcertante.
A história leva-nos ao cenário da Guerra do Iraque e faz-nos seguir uma equipa especializada em desmantelamento de bombas. O novo líder da equipa é temerário e parece não temer a morte o que cria alguns conflitos com os seus subordinados. À medida que os dias passam, cada homem irá revelar o seu verdadeiro eu, numa terra dominada pelo caos, mas em que cada pessoa tenta sobreviver.
O argumento (que também arrecadou o Oscar correspondente) é bom pela falta de pretensão e pela simplicidade arrebatadora, ainda que não consiga evitar um ou outro momento perfeitamente previsível.
Obviamente, parece-me importante que uma mulher tenha conseguido vencer num domínio, até hoje, exclusivamente masculino (Melhor Realizador(a)), mas pessoalmente não achei o filme nada de extraordinário. É demasiado duro e de uma crueldade crua que faz sentir a cabeça pesada. Compreendo a intenção de querer retratar o quotidiano num ambiente de guerra, agradou-me a forma simples e despretensiosa como o fez, sem cair em dramatismos exagerados e completamente fora de moda, mas desagrada-me a tensão nervosa em que o espectador fica do início ao fim e a sensação de peso que nos fica na alma, após o filme.
Espero que a Academia reveja a tendência dos últimos anos e, no próximo, premeie um pouco mais de fantasia.
 
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