Ode ao Ferrero Rocher
Levei mais uma tampa (em 30 anos de vida, devem ser mais as tampas amorosas do que os tons de baton experimentados!). E o mais grave é que, desta vez, nem sei o que se passou: estava tudo bem e, de repente, o gajo desaparece do mapa...
Ando com sérias dificuldades em escolher o tom que vou querer para pintar o cabelo. Ando farta deste avermelhado que, entretanto, perdeu o brilho e o glamour...
Continuo sem ser colocada, o que provoca sérios distúrbios no meu saldo bancário. Por isso tenho que me manter afastada dos meus vícios preferidos: Zara e Fnac...
Ontem apanhei uma molha daquelas monumentais. Resultado: livros empapados, calças e blusão de ganga 20 quilos mais pesados, cabelo completamente arruinado, sapatos transformados em botes. O pior foi mesmo ter de apanhar um autocarro e um comboio, naquele estado aquático...
Ando em confronto com o meu estômago (ou será com o cérebro?). É que quero (ou se calhar não), preciso e sei que tenho de começar a conduzir. Afinal, tendo carta e carro à porta, parece estúpido que ainda me sujeite aos estados aquáticos acima referidos, mas o estômago reage violentamente a essa ideia...
Tenho saudades, muitas, muitas, muitas de uma pessoa muito especial que fazia a vida parecer mais bonita e tinha o condão de, com uma simples palavra e um abraço, curar todos os males. Agora sinto-me irremediavelmente sozinha...
Ora, por todos os motivos enunciados, parece-me justificado este espírito nublado de que me têm acusado ultimamente. Mas hoje operou-se o milagre! Mal entrei no supermercado, lá estavam eles: um expositor cheio de pacotinhos, pacotes e pacotões de Ferrero Rocher. A minha alma iluminou-se. O meu coração bateu mais forte. Não resisti (também não tentei) e comprei uma embalagem. Saí do supermercado com uma alegria de dia de sol. Nem sequer fiz cara feia quando uma ucraniana com 3 dentes de ouro me tentou impingir a Cais.
Na verdade, com ou sem Ambrósio (com seria melhor, mas pronto!) estas bolinhas de chocolate fazem maravilhas pelo meu humor.
P.S. Esta elegia não significa que, no Natal, queira receber bombons, ok?